quinta-feira, novembro 30, 2006

Oração vocacional

Senhor Jesus,
Torna-me atento e vigilante
No discernimento da vontade do Pai,
Para que eu possa em tudo realizar a vocação
Com que Ele, desde sempre, me quis e amou.
Na hora da dúvida e da provação
Dá-me a certeza de não estar só
Mas de saber e querer-Te próximo,
Para viver contigo a minha oferta,
Seguindo-Te humilde e confiadamente
No serviço da Tua Igreja e do mundo.
António Marto, Bispo de Leiria-Fátima

quarta-feira, novembro 29, 2006

Transformação


Jesus é alguém que cresce dentro de mim. Quanto mais eu o alimento, mais Ele se desenvolve.
A coisa que Ele mais gosta, é que eu o alimente com a minha humildade. Com ela, Ele faz crescer em mim a generosidade, a bondade, a paciência, a mansidão, o Amor.
Assim, já não é Jesus que cresce em mim, mas sou eu que cresço em Jesus. Cresço em sabedoria e em amor ao próximo.
Então, atingo a liberdade que é ser filho de Deus, a liberdade que me faz viver como Deus quer.
À imagem de São Paulo, posso dizer: " Já não sou eu que vivo, é Cristo que vive em mim".
Nelson Viana

segunda-feira, novembro 27, 2006

Encontro Fé e Missão, zona Sul

Recordamos alguns momentos deste encontro, que teve como tema "Diversidade é Vida":
--Visionamento do filme " Bruce Todo-Poderoso ", o qual transmite a mensagem do milagre que somos chamados a ser;
--A presença e o testemunho do Irmão Pablo e da Guida que nos convidaram a ter Jesus no centro da nossa vida;
-- As “lágrimas” que expressaram a confiança e o valor da partilha do caminho que estamos a percorrer juntos;
--Os trabalhos manuais em vista do projecto “Sudão-Darfur”. Conseguiram-se fazer alguns centros de mesa, alguns “presépios em África” e algumas "dezenas". No fim da Eucaristia tivemos a oportunidade de ver “alguns frutos do trabalhito” e sobretudo a alegria de quem partilha;
-- A partilha por mail da Vanessa Sofia, que não podendo estar presente fisicamente, esteve pela sua oração;
--O desafio: sermos nós mesmos, pois "Diversidade é Vida".
Aqui ficam também algumas fotos deste grupo de jovens, que cresce cada vez mais no amor a Deus e ao próximo.






Em meu nome e de todo o grupo de jovens, um muito obrigado aos Missionários Combonianos, em particular ao Padre João e ao Irmão Neto. Têm de facto sido a imagem de Cristo que todos nós procuramos nestes encontros.
Também uma palavra de agradecimento a toda comunidade em Lisboa e em Santarém, pelo acolhimento.

Ser humilde como Jesus

"Quem se humilha será exaltado e quem se exalta será humilhado" (Mt 23,12)
Imitemos o Senhor que desceu do céu até à última humilhação e que, em recompensa, foi exaltado, desde o ínfimo lugar até à altura que lhe convinha. Descobramos tudo o que o Senhor nos ensina para nos conduzir à humildade.
Ainda menino, ei-lo já numa gruta, deitado não num berço mas numa mangedoura. Na casa de um operário e de uma mãe sem recursos, submeteu-se à mãe e ao seu esposo. Deixando-se ensinar, escutando aqueles de quem não tinha precisão, ele interrogava; contudo, de tal forma que, pelas suas interrogações, as pessoas espantavam-se com a sua sabedoria. Submete-se a João e o Mestre recebe o baptismo das mãos do servo. Nunca resistiu aos que se erguiam contra ele e não exibiu o seu poder invencível para se libertar das mãos que o prendiam, mas deixou-se levar, como um impotente, e na medida em que achou bem entregou-se nas mãos de um poder efémero. Compareceu diante do sumo-sacerdote na qualidade de acusado; conduzido diante do governador, submeteu-se ao seu julgamento e, quando podia responder aos caluniadores, suportou em silêncio as suas calúnias. Coberto de escarros por escravos e vis criados, foi enfim entregue à morte, a uma morte infamante aos olhos dos homens.
Eis como se desenrolou a sua vida de homem, desde o nascimento até ao fim. Mas, depois de uma tal humilhação, fez brilhar a sua glória...
Imitemo-lo para chegarmos, também nós, à glória eterna.
São Basílio (cerca de 330 - 379), monge e bispo de Cesareia na Capadócia

quinta-feira, novembro 23, 2006

"O meu Reino não é deste mundo"

Solenidade de Jesus Cristo, Rei e Senhor do Universo
" Pilatos entrou de novo no edifício da sede, chamou Jesus e perguntou-lhe: «Tu és rei dos judeus?» Respondeu-lhe Jesus: «Tu perguntas isso por ti mesmo, ou porque outros to disseram de mim?» Pilatos replicou: «Serei eu, porventura, judeu? A tua gente e os sumos sacerdotes é que te entregaram a mim! Que fizeste?» Jesus respondeu: «A minha realeza não é deste mundo; se a minha realeza fosse deste mundo, os meus guardas teriam lutado para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas; portanto, o meu reino não é de cá.» Disse-lhe Pilatos: «Logo, Tu és rei!» Respondeu-lhe Jesus: «É como dizes: Eu sou rei! Para isto nasci, para isto vim ao mundo: para dar testemunho da Verdade. Todo aquele que vive da Verdade escuta a minha voz.»" ( João 18,33-37 )

“Escutai todos, judeus e pagãos...; escutai, todos os reinos da terra! Eu não impeço o vosso domínio sobre este mundo, porque “o meu reino não é deste mundo.” ( Jo 18, 35 )
Não temais, então, como aconteceu com Herodes quando soube do nascimento de Jesus…
Não, diz o Senhor “ o meu reino não é deste mundo”. Vinde todos a um reino que não é deste mundo; vinde a ele pela fé, e não quereis tornar-vos cruéis por causa do medo.
É verdade que numa profecia, Jesus, referindo-se a Deus Pai, disse: “Fui eu que consagrei o meu rei em Sião, minha montanha sagrada”. (Salmos 2, 6) Mas este Sião e esta montanha não são deste mundo.

Qual é, então, o seu reino? O seu reino são todos aqueles que acreditam n’Ele e sobre os quais Ele disse: “ Eles não pertencem ao mundo, como eu não pertenço ao mundo.” (João 17, 16) Mas Jesus queria que eles ficassem ainda no mundo, e por isso pediu ao Pai: “Não Te peço que os tires do mundo, mas que os guardes do Maligno.” ( João 17, 15) Aqui está porque Ele não disse “ O meu reino não é neste mundo “, mas sim: “O meu reino não é deste mundo. Se o meu reino fosse deste mundo, os meus guardas lutariam para que Eu não fosse entregue às autoridades judaicas.” (João 18, 36)

De facto, o seu reino está na terra até ao fim do mundo, mas misturado com o joio até ao momento da colheita. ( Mateus 13, 24-30 ) É precisamente aos que pertencem ao seu reino que Ele diz: “…vós não sois do mundo, pois Eu escolhi-vos e tirei-vos do mundo.” ( João 15, 19) Eram, pois, deste mundo, quando ainda não faziam parte do seu reino, e pertenciam ao príncipe deste mundo. É, então, do mundo, todo aquele que foi gerado da estirpe corrupta de Adão; mas todos aqueles que são gerados em Jesus Cristo, pertencem ao reino de Deus e não mais a este mundo.
É deste modo que: “ Deus Pai arrancou-nos do poder das trevas e transferiu-nos para o Reino do seu Filho amado.” ( Colossenses 1, 13 )

Santo Agostinho

Fé e Missão

Este fim de semana realizar-se-á mais um encontro do grupo Fé e Missão, zona sul, na casa do Missionários Combonianos em Santarém.
Para quem ainda não tem conhecimento deste grupo, aqui fica uma breve apresentação: (retirado do blog: www.fe-e-missao.blogspot.com)

--Grupo de jovens que quer ir mais além do que a sociedade mostra;
--Grupo que caminha, que cresce. Não um crescimento físico, mas num compromisso missionário, vocacional, procurando ser discípulos de Jesus com espírito comboniano;
--É um encontro com pessoas-jovens, movidos pelo mesmo ideal, pela mesma fé, que move montanhas à medida que se enraíza;
--É animação, é alegria, é partilha, é convívio, é oração, é contemplação, é espírito de entrega e disponibilidade.

Aqui ficam também algumas fotos dos encontros anteriores:

O desejo de Deus

O desejo de Deus é um sentimento inscrito no coração do homem, porque o homem foi criado por Deus e para Deus.
Deus não cessa de atrair o homem para si e só em Deus é que o homem encontra a verdade e a felicidade que procura sem descanso.
De muitos modos, na sua história e até hoje, os homens exprimiram a sua busca de Deus em crenças e comportamentos religiosos (orações, sacrifícios, cultos, meditações, etc). Apesar das ambiguidades que podem comportar, estas formas de expressão são tão universais que o homem pode ser chamado de um ser religioso.
Deus "criou de um só homem todo o género humano, para habitar sobre a superfície da terra, e fixou períodos determinados e os limites da sua habitação, para que os homens procurassem a Deus e se esforçassem realmente por O atingir e encontrar, mesmo que às apalpadelas. Na verdade, Ele não está longe de cada um de nós, pois é n'Ele que vivemos, nos movemos e existimos." ( Actos 17, 26-28 )
Mas esta "relação íntima e vital que une o homem a Deus" pode ser esquecida, desconhecida e até rejeitada explicitamente pelo homem. Tais atitudes podem ter origens muito diversas: a revolta contra o mal no mundo, a ignorância ou a indiferença religiosas, as preocupações com as coisas do mundo e com as riquezas, o mau exemplo dos crentes, as correntes de pensamento hostis à religião, e finalmente essa atitude do homem pecador que, por medo, se esconde de Deus e foge quando Ele o chama.
"Alegre-se o coração dos que buscam o Senhor!" (Salmos 105, 3) Apesar do homem poder esquecer ou rejeitar Deus, Deus nunca deixa de chamar todo o homem a que O procure, para que encontre a vida e felicidade. Mas esta busca exige do homem todo o esforço da sua inteligência, a rectidão da sua vontade, "um coração recto", e também o testemunho de outros que o ensinam a procurar Deus.
Catecismo da Igreja Católica ( Primeiro Capítulo )

" És grande Senhor, e altamente louvável: grande é o teu poder e a tua sabedoria é sem medida. E o homem, pequena parcela da tua criação, pretende louvar-Te; precisamente ele que, revestido da sua condição mortal, traz em si o testemunho do seu pecado, o testemunho de que Tu resistes aos soberbos. Apesar de tudo, o homem, pequena parcela da tua criação, quer louvar-te. Tu próprio a isso o incitas, fazendo com que ele encontre as suas delícias no teu louvor, porque nos fizestes para Ti, e o nosso coração não descansa enquanto não repousar em Ti. "

Santo Agostinho

quarta-feira, novembro 22, 2006

Espírito Santo...

"Quem recebe os meus mandamentos e os observa esse é que me tem amor; e quem me tiver amor será amado por meu Pai, e Eu o amarei e hei-de manifestar-me a ele. Perguntou-lhe Judas, não o Iscariotes: «Porque te hás-de manifestar a nós e não te manifestarás ao mundo?» Respondeu-lhe Jesus: «Se alguém me tem amor, há-de guardar a minha palavra; e o meu Pai o amará, e Nós viremos a ele e nele faremos morada. Quem não me tem amor não guarda as minhas palavras; e a palavra que ouvis não é minha, mas é do Pai, que me enviou.»
Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco; mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse." (João 14,21-26)

Ao invés das palavras "Pai" e "Filho", o nome do "Espírito Santo", a terceira pessoa divina, não é a expressão de uma especificidade; pelo contrário, ele designa o que é comum a Deus. Ora, é precisamente aí que aparece o que é "próprio" da terceira pessoa: é "o que existe em comum", a unidade do Pai e do Filho, a Unidade em pessoa. O Pai e o Filho são um na medida em que vão para além de si mesmos; são um nesta terceira pessoa, na fecundidade do dom. Estas afirmações nunca poderão ser mais do que meras aproximações; só pelos seus efeitos podemos reconhecer o Espírito. Por consequência, a Escritura nunca descreve o Espírito Santo em si; fala apenas da forma como ele vem até ao homem e como se diferencia dos outros espíritos... Judas Tadeu pergunta: "Senhor, como é possível que te queiras manifestar a nós e não ao mundo?" A resposta de Jesus parece ignorar a pergunta: "Se alguém me amar, guardará a minha palavra e nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada". Na realidade, essa é a resposta exacta à pergunta do discípulo e à nossa própria pergunta sobre o Espírito. Não se pode expor o Espírito de Deus como se fosse uma mercadoria. Só o pode ver aquele que o tem em si. Ver e vir, ver e ficar, estão juntos e são indissociáveis. O Espírito Santo permanece na palavra de Jesus e essa palavra não se obtém com discursos, mas com a constância, com a vida.

Papa Bento XVI ( O Deus de Jesus Cristo)

terça-feira, novembro 21, 2006

Maria e os Sacramentos


É fácil entender, teológica e antropologicamente, a relação que se estabelece entre Maria, a Mãe de Jesus, Mãe da Igreja, e os sacramentos.
O Filho de Deus, para vir ao mundo, entrar na aventura humana, tornar-se "um dos nossos", assumir os nossos pecados, oferecer-se em holocausto e morrer no altar da cruz, Ele precisava de revestir-se da nossa carne. Ele deveria tornar-se o grande, o único sacramento pela visibilidade da natureza humana, terrena. Pois, não existe a sacramentalidade sem a visibilidade, sem o contacto, sem que Cristo viva e conviva connosco e com as nossas coisas. E para Deus se fazer Homem, só haveria duas possibilidades: ou o Verbo de Deus já apareceria adulto, revestido da nossa carne, ou Ele deveria ter uma Mãe, em cujo útero tomaria a carne humana, o corpo humano, como a nossa vida embrionária e fetal se desenvolveu no seio da nossa mãe. Deus escolheu, na alternativa, este último modo. Então, por obra do Espírito Santo, Maria concebeu o Filho de Deus.
Portanto, é através de Maria que Deus se tornou visível para poder realizar a obra da libertação, da redenção. De Maria Ele concebeu o mesmo corpo que foi pregado na cruz, e que, transformado pela ressurreição, continua na Eucaristia. Maria, Mãe de Jesus, o único sacramento, Maria, Mãe da Igreja, sacramento universal de salvação.
Distinguimos três dimensões, entre outras, nos sacramentos:
--A Imanência: a realidade, o valor conatural da coisa: palavra-som, pão, óleo, água, vinho, imposição das mãos, corpos-corações.
--A Transparência: a significação que dá a transparência, a passagem, o entendimento para outro valor: Alimentar-purificar-dar vida, mãos-corpos unidos no compromisso, etc.
--A Transcendência: o significado, a Graça, o valor transcendente, do qual os sacramentos são sinais.
Maria possibilitou a Jesus todas as realidades da Imanência. Toda a vida de Maria dá a Transparência: a sua missão, a sua vida foi um espelho que transferia, apontava para a Transcendência: o Transcendente presente em todos os momentos da sua vida, a única razão de ser da sua vida de Mãe de Deus, Mãe do Redentor, Mãe do Ressuscitado.

segunda-feira, novembro 20, 2006

Amor eterno...

O Místico Casamento de Santa Catarina de Siena (1340) Museu de Belas Artes, Boston (EUA)

Amor eterno..., peço-to em graça, tem misericórdia do teu povo, em nome da caridade eterna que te levou a criar o homem à tua imagem e semelhança (Gn1,26)... Só o fizeste, ó Trindade eterna, porque querias levar o homem a participar de todo Tu. Foi por isso que lhe deste a memória, para que se lembre das tuas mercês, e para que participe também no teu poder, ó Pai eterno. Foi por isso que lhe deste a inteligência, para que ele possa compreender a tua bondade e participe também da sabedoria do teu Filho único. Foi por isso que lhe deste a vontade, para que possa amar o que vê e o que conhece da tua verdade, e assim participe no amor do teu Espírito Santo. Quem te levou a dar uma tão grande dignidade ao homem? O amor inesgotável com que olhas em ti mesmo a tua criatura.Mas, por causa do pecado, ela perdeu a sua dignidade... Então Tu, levado por esse mesmo fogo com que nos criaste..., deste-nos o Verbo, o teu Filho único... Ele cumpriu a tua vontade, Pai eterno, quando o revestiste da nossa humanidade, à imagem e semelhança da nossa natureza. Ó abismo de caridade! Qual é o coração que pode defender-se de não ceder ao Teu amor, vendo o Altíssimo juntar-se à baixeza da nossa humanidade? Nós somos a Tua imagem, e tu és a nossa, por essa união que consumaste no homem ocultando a tua divindade no barro de Adão (Gn 2,7)... O que te levou a fazê-lo? O amor! Tu, Deus, fizeste-te homem, e o homem tornou-se Deus. Por esse amor indizível, rogo-te, tem misericórdia das tuas criaturas.
Santa Catarina de Siena

Três valores a cultivar para caminhar:

Vontade; Dedicação; Perseverança
( (Na caminhada de Deus para a nossa salvação, e na caminhada que nós fazemos para que mereçamos ser salvos.)

O Pai, ao ter vontade em nos salvar, mostrou-nos pelo Filho toda a sua dedicação, e através do Espírito Santo ensinou-nos o caminho da perseverança que se cumpre em ser obediente até à morte.
Em relação a nós, seres humanos, temos de ter consciência de que a vontade própria de cada um, é o principal para ultrapassar as barreiras que nos separam do encontro com Deus (Dom da Fé). Para que esse encontro possa dar frutos, é necessário que a Fé recebida seja aprofundada com dedicação e gestos de caridade. Por último, para se chegar ao final da caminhada (Salvação), e fazendo com que a vontade e a dedicação não tenham sido em vão, é necessário perseverar até ao último momento em obediência ao Pai, como fez o Filho, guiados pelo Espírito.
Em conclusão, podemos dizer que:

Tudo se inicia a partir do momento que temos vontade de o fazer, e neste caso, para se perseverar até ao fim da caminhada, temos de alimentar a nossa vontade com dedicação, sabendo que não devemos desistir ao primeiro sinal de dificuldade, pois a graça de Deus ajuda-nos a superar aquilo que só por nós não conseguimos ultrapassar.
A confiança na Divina Providência deve ser outro dos valores a cultivar…

Nelson Viana

domingo, novembro 19, 2006

Oração...

Que grande é o poder da oração! Ela é como uma rainha que tem, em todo o momento, livre acesso à presença do rei, podendo obter tudo quanto pede. Para sermos escutados, não precisamos de procurar num livro uma bela fórmula, composta para a circunstância; se assim fosse, mal de mim! À excepção do ofício divino – que não sou digna de recitar –, não tenho coragem para me dedicar à procura de belas orações nos livros, fico cheia de dores de cabeça, tantas são elas! E depois, cada uma mais bela que as outras. Não seria capaz de as recitar a todas e, não sendo capaz de escolher entre elas, faço como as crianças que não sabem ler: digo muito simplesmente a Deus o que quero dizer-Lhe, sem frases bonitas, e Ele compreende-me sempre. Para mim, a oração é um impulso do coração, um simples olhar lançado ao céu, um grito de reconhecimento e de amor, nas dores como nas alegrias; é, enfim, algo grande e sobrenatural, que me dilata a alma e me une a Jesus.
Santa Teresa do Menino Jesus

Segunda vinda de Cristo

XXXIII Domingo do Tempo Comum

«Mas nesses dias, depois daquela aflição, o Sol vai escurecer-se e a Lua não dará a sua claridade, as estrelas cairão do céu e as forças que estão no céu serão abaladas. Então, verão o Filho do Homem vir sobre as nuvens com grande poder e glória. Ele enviará os seus anjos e reunirá os seus eleitos dos quatro ventos, da extremidade da terra à extremidade do céu.» «Aprendei, pois, a parábola da figueira. Quando já os seus ramos estão tenros e brotam as folhas, sabeis que o Verão está próximo. Assim, também, quando virdes acontecer estas coisas, sabei que Ele está próximo, às portas. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que todas estas coisas aconteçam. O céu e a terra passarão, mas as minhas palavras não passarão. Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece: nem os anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai.» ( S. Marcos 13,24-32 )

Para impedir qualquer pergunta indiscreta acerca do momento da sua segunda vinda, Jesus declara: "Essa hora, ninguém a conhece, nem sequer o Filho" (Mt 24,36) e, noutro sítio: "Não vos cabe conhecer os dias e os tempos" (Act 1,7). Ocultou-nos isso para que vigiemos, para que cada um de nós possa pensar que essa manifestação se produzirá durante a nossa própria vida. Se o tempo da sua segunda vinda tivesse sido revelado, essa manifestação seria em vão: as nações e os tempos em que ela se produzisse não a teriam desejado. Ele disse que vem, mas não precisou qual o momento; desse modo, todas as gerações e todos os séculos têm sede d'Ele.É certo que Ele deu a conhecer os sinais da sua manifestação; mas não disse quando aconteceria. Na mudança constante em que vivemos, esses sinais já tiveram lugar e passaram e alguns ainda duram. Com efeito, a sua última manifestação é semelhante à primeira: os justos e os profetas desejavam-na; pensavam que se realizaria no seu tempo de vida. Também hoje, cada um dos fiéis de Cristo deseja acolhê-lo durante a sua própria vida, tanto mais que Jesus não disse claramente o dia em que iria aparecer. Desse modo, ninguém poderá imaginar que Cristo se submeta a uma lei do tempo ou a uma hora precisa, Ele que domina os números e o tempo.

Santo Efrém ( 306 - 373), diácono na Síria, doutor da Igreja

sexta-feira, novembro 17, 2006

A importância de estar com Pedro

Por natureza, somos intolerantes em relação a qualquer tipo de autoridade. Ciumentos da nossa liberdade, zelosos pelas nossas opiniões, não admitimos que outros nos venham dizer o que está certo ou o que está errado; o que é lícito e o que é proibido; o que é moral e o que é imoral; no que devemos crer e no que não devemos crer.
É por isso que, com toda a leviandade, contestamos a palavra do Papa, as suas orientações, posições e atitudes, que são sempre inspiradas no Evangelho, mas que nem sempre coincidem com o nosso ponto de vista ou com o nosso utilitarismo. E ficamos aguardando o dia em que o Papa legalize o divórcio, solte a pílula, sacramente o aborto e, quem sabe, se decida a reduzir o número de mandamentos.
O Papa existe para nos lembrar o que se pode "ligar" e o que se pode "desligar". Recordemos: "Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja...Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu, e o que ligares na Terra será ligado no Céu, e o que desligares na Terra será desligado no Céu." (Mateus 16, 18-19) Também para nos advertir que a problemática do divórcio, do aborto, etc.., deve ser vista com os olhos da fé. Tendo fé no Deus da Vida, do Amor e da Unidade, será mais fácil fugirmos das atitudes contrárias à Vida, ao Amor e à Unidade. Nem o Papa tem autoridade para apagar uma só exigência da fé católica.
É importante ficarmos com Pedro, isto é, com o Papa, na hora em que a fé estiver em jogo. Isso, para não cairmos na armadilha do individualismo ou na desgraça da desunião. Também para acertarmos a correcta maneira de crer e de agir.
A fé tem que ser "convivida" em comunidade, não apenas "vivida" a nível individual. Não é possível que cada pessoa tenha o seu credo pessoal, a sua religião pessoal, a sua Igreja pessoal.
Pedro, sozinho, não é toda a Igreja. Porém, sem ele, não há Igreja. Só nele é que temos o ponto de referência da nossa fé e a garantia de que não somos grupos isolados, mas sim povo de Deus.

Texto retirado do site http://www.veritatis.com

Oração

Querido Jesus:
Outrora foste condenado; ainda és condenado. Outrora carregaste a tua cruz; ainda carregas a tua cruz. Outrora morreste; ainda morres. Outrora ressuscitaste dos mortos; ainda ressuscitas dos mortos.
Olho para Ti e abres os meus olhos para as formas em que a tua paixão, morte e ressurreição acontecem entre nós, todos os dias. Mas dentro de mim há um profundo medo de olhar para o meu mundo. Tu dizes-me: «Não tenhas medo de olhar, tocar, curar, confortar e consolar». Ouço a tua voz e, quando me aprofundo mais na vida dolorosa, mas também cheia de esperança, do meu próximo, sei que me aprofundo mais no teu coração.
Senhor querido, o medo que tenho de abrir os olhos para o meu mundo sofredor estão profundamente enraizados no meu coração ansioso. Não tenho a certeza de eu próprio ser amado de verdade e estar em segurança e por isso mantenho-me à distância da vida cheia de medo, que os outros vivem. Mas dizes mais uma vez: « Não tenhas medo de Me deixar olhar para o teu coração ferido, abraçar-te, curar-te, confortar-te e consolar-te...porque te amo com um amor que não conhece fronteiras, nem impõe condições».
Obrigado, Senhor, por falares comigo. Desejo tanto deixar-Te curar o meu coração ferido e, a partir dele, alcançar outros, próximos e afastados.
Sei, Senhor, que és manso e humilde de coração e que chamas: « Vinde a Mim, todos vós que andais cansados sob o peso do fardo, e Eu vos aliviarei».
Enquanto a tua paixão, morte e ressurreição continuam na história, dá-me a esperança, a coragem e a confiança de deixar que o teu Espírito una o meu coração ao de todos aqueles que sofrem, e que o teu amor seja fonte inesgotável de uma vida nova.
Amén.
in Via Sacra do Mundo

quinta-feira, novembro 16, 2006

Entrevista a Fernando Santos, treinador do Benfica ( 23-06-2006 )

(O treinador do Benfica, que também é um cristão empenhado, membro do movimento dos Cursos de Cristandade e entre outras responsabilidades, testemunhou ao jornal “A Folha do Domingo” a sua fé em Jesus.)

FOLHA DO DOMINGO – Há quanto tempo é cursista?

Fernando Santos – 12 anos.

Qual é a importância da fé em Jesus Cristo na sua vida?

Total… porque, para mim e para a minha família, a vida sem Cristo não tem sentido. E Cristo também está nos irmãos. É um Cristo vivo e não aquele que eu conheci durante alguns anos: um Cristo afastado, longe das pessoas, que muitas vezes nos foi ensinado como castigador, quando Cristo é totalmente o contrário. Cristo é amor e portanto está nos irmãos e é o centro da nossa vida. Nós que fazemos parte de uma grande família, desde logo da nossa família de laços sanguíneos, e da nossa família cristã que é a comunhão de todos os baptizados de que Cristo é o centro.

Como é que vive no dia-a-dia essa fé?

Afirmando-a com convicção, participando na Eucaristia, porque a fé é algo que tem de se alimentar, e eu alimento-a essencialmente através da Eucaristia. E também procurando dar o meu testemunho de cristão. Por isso, para além do trabalho na minha paróquia, sou visitador de prisões e faço outras coisas. Procuro fazer com alguma humildade aquilo que o Senhor quer que eu faça.

E na sua profissão como é que vive esta dimensão da sua vida?

Afirmando a minha fé, naturalmente, com respeito pelos outros. Eu afirmo a minha convicção, mas tenho respeito pelos outros que têm outras crenças religiosas, “discutindo” com eles, sem medo de abordar aquelas que são as verdades da Igreja e procurando também percebe-los a eles.

Referiu-se à importância de celebrar a Eucaristia. Como é que um treinador de futebol consegue celebrar a sua fé ao Domingo, o dia normal das competições desportivas?

Eu participo sempre na Eucaristia. Depois de fazer o Curso de Cristandade percebi que tinha tempo para tudo e a primeira coisa que faço quando vou jogar fora é perguntar, no hotel a que chego, o­nde é que há Eucaristia e a que horas. Procuro conciliar o meu tempo com a participação na Eucaristia e felizmente tenho conseguido sempre.

Testemunhar a fé junto dos atletas que treina e dos restantes membros da equipa técnica é fácil?

É. Basta, por exemplo, ir à Eucaristia. Eu lembro-me que nalguns casos as coisas se alteraram a partir daí. No princípio, os clubes não percebiam porque é que eu ia à Eucaristia e me ausentava algum tempo, mas eu tinha o cuidado de explicar aos meus jogadores e à direcção a importância, para mim, da Eucaristia.Isso gera alguma conversa. Às vezes algumas frases menos agradáveis. Uma das coisas que dizem, por vezes, a meu respeito é que sou muito brando porque sou cristão, porque vou à Igreja e não é assim. Não tem nada a ver uma coisa com a outra. Até por aí é uma forma de nós testemunharmos.

"Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida"


"Não se perturbe o vosso coração. Credes em Deus; crede também em mim. Na casa de meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, como teria dito Eu que vos vou preparar um lugar? E quando Eu tiver ido e vos tiver preparado lugar, virei novamente e hei-de levar-vos para junto de mim, a fim de que, onde Eu estou, vós estejais também. E, para onde Eu vou, vós sabeis o caminho.» Disse-lhe Tomé: «Senhor, não sabemos para onde vais, como podemos nós saber o caminho?» Jesus respondeu-lhe: «Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida. Ninguém pode ir até ao Pai senão por mim. " (João 14, 1-6)

"Eu sou o caminho, a verdade e a vida." Cristo parece dizer-nos: "Por onde queres passar? Eu sou o caminho. Onde queres chegar? Eu sou a verdade. Onde queres ficar? Eu sou a vida." Caminhemos pois em plena segurança por este caminho; e, fora do caminho, cuidado com as armadilhas, porque, dentro do caminho, o inimigo não ousa atacar - o caminho é Cristo - mas fora do caminho ele monta os seus ardis...O nosso caminho é Cristo na sua humildade; o Cristo verdade e vida é Cristo na sua grandeza, na sua divindade. Se seguires o caminho da humildade, chegarás ao Altíssimo; se, na tua fraqueza, não desprezares a humildade, permanecerás cheio de força no Altíssimo. Porque é que Cristo tomou o caminho da humildade? Foi por causa da tua fraqueza que estava ali como obstáculo intransponível; foi para te libertar dela que tão grande médico veio a ti. Não podias ir até ele; ele veio até ti. Veio ensinar-te a humildade, esse caminho de regresso, porque era o orgulho que nos impedia de retornar à vida que ele mesmo nos tinha feito perder…Então, Jesus, tornando-se nosso caminho, grita-nos: "Entrai pela porta estreita!" (Mt 7,13). O homem esforça-se por entrar mas o inchaço do orgulho impede-nos de tal. Aceitemos o remédio da humildade, bebamos esse medicamento amargo mas salutar... O homem inchado de orgulho pergunta: "Como poderei entrar?" Cristo responde: "Eu sou o caminho, entra por mim. Eu sou a porta (Jo 10,7), porquê procurar noutro sítio?" Para que não te percas, ele fez-se tudo por ti e diz-te: "Sê humilde, sê manso." (Mt 11,29)

Santo Agostinho

quarta-feira, novembro 15, 2006

Pensamentos...

--Comtemplar é:

A beleza de poder ver Deus com os olhos fechados;

De poder escutar Deus no silêncio;

De poder tocar Deus sendo Ele sem forma;

De poder falar com Ele sem dizer nada.

--Jesus Cristo: Demonstra que O amas e Ele demonstrar-te-á o que é o Amor.

--Com os olhos da cara vemos as obras de Deus, e com os olhos da mente contemplamos Deus nas suas obras.

Nelson Viana

Jesus, abraça-me...


Cristo está perto de mim: adiro a Ele e Ele abraça-me. Eu não teria sabido amar o Senhor se ele mesmo não me tivesse amado primeiro. Quem pode compreender o amor, senão aquele que ama?
Eu abraço o Amado e a minha alma acolhe-o e, lá onde Ele repousa, aí eu me quedo. Não serei mais um estrangeiro para Ele porque não há ódio no Senhor. Estou ligado a Ele como a amante que encontrou o amado.
Porque amo o Filho, tornar-me-ei filho. Sim ,eu adiro Àquele que não morre, que não morrerá. Aquele que se compraz na Vida, permanecerá também ele vivo. É assim que, sem falsidade, o Espírito do Senhor ensina os homens a conhecerem os seus caminhos.
Odes de Salomão (Texto cristão hebraico do início do século II)

Dez Preceitos de Serenidade

1-Só por hoje tratarei de viver exclusivamente este dia, sem querer resolver o problema da minha vida, todo de uma vez.

2-Só por hoje terei o máximo cuidado com o meu modo de tratar os outros: delicado nas minhas maneiras, não criticarei ninguém, não pretenderei melhorar nem disciplinar ninguém a não ser a mim.

3-Só por hoje sentir-me-ei feliz com a certeza de ter sido criado para ser feliz, não só no outro mundo, mas também neste.

4-Só por hoje adaptar-me-ei às circunstâncias sem pretender que as circunstâncias se adaptem a todos os meus desejos.

5-Só por hoje dedicarei dez minutos do meu tempo a uma boa leitura, lembrando-me de que assim como é preciso comer para sustentar o meu corpo, assim também a leitura é necessária para alimentar a vida da minha alma.

6-Só por hoje praticarei uma boa acção sem contá-la a ninguém.

7-Só por hoje farei uma coisa de que não gosto, e se for ofendido em meus sentimentos, procurarei que ninguém o saiba.

8-Só por hoje far-me-ei um programa bem completo do meu dia. Talvez não o execute perfeitamente, mas em todo caso vou fazê-lo. E guardar-me-ei bem de duas calamidades: a pressa e a indecisão.

9-Só por hoje ficarei bem firme na fé de que a Divina Providência se ocupa de mim mesmo como se existisse somente eu no mundo, ainda que as circunstâncias manifestem o contrário.

10-Só por hoje não terei medo de nada. Em particular, não terei medo de gostar do que é belo e não terei medo de crer na bondade.

Papa João XXIII

terça-feira, novembro 14, 2006

Jesus Cristo: Tão humano...Tão divino...

Tão humano, que nasceu de mulher;
Tão divino, que é Filho Único de Deus.

Tão humano, que foi baptizado por João;
Tão divino, que nunca precisou de arrepender-se.

Tão humano, que em tudo foi tentado;
Tão divino, que nunca cedeu à tentação.

Tão humano, que teve fome;
Tão divino, que disse: " Eu sou o pão da vida. "

Tão humano, que pagou tributo;
Tão divino, que o seu reino não é deste mundo.

Tão humano que sentiu cansaço;
Tão divino, que chamou a si os cansados.

Tão humano, que chorou;
Tão divino, que consolou os que choravam.

Tão humano, que sentiu o peso da cruz;
Tão divino, que levou a cruz com amor.

Tão humano, que morreu;
Tão divino, que venceu a morte.

Tão humano, que levou os homens a Deus;
Tão divino, que trouxe Deus aos homens.

in Almanaque Comboniano 2007

Para quem ainda tem dúvidas


Considerado um dos maiores sucessos editoriais dos últimos tempos, o romance O Código Da Vinci transformou-se num best-seller mundial.
Tal sucesso não se ficou a dever ao valor intrínseco da obra, mas sim ao apoio que ela conseguiu obter de poderosas máquinas de propaganda, que influenciam decisivamente a massificada opinião pública dos nossos dias.
A realidade é que, sob a aparência de um inofensivo romance, tal livro trata de divulgar uma doutrina profundamente anti-cristã, para além de atacar ferozmente a Igreja Católica. Dan Brown toma alguns factos históricos e deturpa-os, inventa outros, mistura tudo num contexto de ficção, tornando difícil, mesmo para um leitor atento, distinguir o verídico do ficcional.
O presente estudo desvenda o código que está por detrás de O Código Da Vinci, também lançado em versão cinematográfica.
O leitor encontrará aqui, num texto conciso e bem documentado, a denúncia de um grande ludíbrio e a revelação do lado oculto da obra de Dan Brow.

Civilização Editora

segunda-feira, novembro 13, 2006

Afinal, o que é ser Livre?

Vivemos num tempo em que se aprecia a liberdade e se luta apaixonamente por ela. Quem não sente a felicidade em dizer: sou livre? É porque, de facto, há situações, ambientes e pessoas que impedem outros de serem livres.
Mas, ao mesmo tempo, também existe uma grande confusão acerca do que é ser livre e do uso que cada um faz da liberdade. Se olharmos para a vida concreta das pessoas, verificamos que com a liberdade se podem fazer coisas maravilhosas e coisas negativas e horrendas. Por exemplo: Que fez Madre Teresa de Calcutá com a sua liberdade? E que faz um assassino ou criminoso com a sua liberdade?Afinal, o que é ser livre? Como é que as pessoas, de um modo geral, entendem a liberdade? Quais as falsas ideias de liberdade? Qual a ideia correcta de liberdade?
Alguns identificam a liberdade com independência de tudo e de todos, com capricho, apetite, isto é, fazer o que apetece, sem mais. Muitos desejariam ser livres da autoridade dos outros, de responsabilidades determinadas, de obrigações familiares, profissionais e sociais, de normas morais, etc. Pode-se chamar a isto liberdade autêntica?
Verificamos então que o homem pode usar a liberdade para o bem e para o mal, para o melhor e o pior, para a paz ou a violência...Então a liberdade não é indiferente a determinados valores. Somos nós que lhe damos orientação em função de um projecto de vida. Portanto, somos responsáveis pela nossa liberdade e pelo uso que fazemos dela. Somos chamados a optar, a escolher a orientação, o projecto a dar à liberdade; e a escolha implica também renúncia àquilo que não corresponde à dignidade da pessoa humana, ao seu crescimento no bem e na verdade. O contrário é abuso da liberdade que vem a tornar-se renúncia à verdadeira liberdade.Uma liberdade sem orientação ( projecto), sem norte, sem conteúdo é desorientada, desnorteada, vazia. É aparência de liberdade. É-se livre quando se opta por ser mais homem, mais pessoa.
Á luz da fé cristã, a verdadeira liberdade é tornar-se disponível para realizar o projecto de Deus, que é um projecto de amor. São Paulo proclama claramente esta liberdade do cristão, redimido por Cristo: " É para que nós sejamos verdadeiramente livres, que Cristo nos libertou para a liberdade. Permanecei, pois, firmes e não vos deixeis submeter outra vez ao jugo da escravidão...Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Não abuseis, porém, da liberdade para a libertinagem. Mas ponde-vos ao serviço uns dos outros pelo amor. " ( Gálatas 5, 1-13 )

in Caminho para a Vida ( Catequese para o povo de Deus 2 )

sábado, novembro 11, 2006

Dar tudo porque Cristo deu tudo


XXXII Domingo do Tempo Comum

"Continuando o seu ensinamento, Jesus dizia: «Tomai cuidado com os doutores da Lei, que gostam de exibir longas vestes, de ser cumprimentados nas praças, de ocupar os primeiros lugares nas sinagogas e nos banquetes; eles devoram as casas das viúvas a pretexto de longas orações. Esses receberão uma sentença mais severa.» Estando sentado em frente do tesouro, observava como a multidão deitava moedas. Muitos ricos deitavam muitas. Mas veio uma viúva pobre e deitou duas moedinhas, uns tostões. Chamando os discípulos, disse: «Em verdade vos digo que esta viúva pobre deitou no tesouro mais do que todos os outros; porque todos deitaram do que lhes sobrava, mas ela, da sua penúria, deitou tudo quanto possuía, todo o seu sustento.» " ( São Marcos 12,38-44 )


Igreja de Assis, Itália -- Renúncia aos bens de S. Francisco (Giotto)

Francisco, pequeno pobre e pai dos pobres, queria viver em tudo como pobre; sofria ao conhecer outro mais pobre do que ele, não por vaidade, mas devido à terna compaixão que por eles sentia. Apenas queria ter uma túnica de tecido áspero e vulgar; e acontecia-lhe muitas vezes partilhá-la com algum infeliz. Mas era um pobre muito rico porque, levado pela sua enorme caridade a socorrer os pobres como podia, ia ter com os ricos deste mundo em tempos de muito frio e pedia-lhes que lhe emprestassem um casaco ou uma peliça. E levavam-lhos com mais pressa ainda do que aquela com que ele os tinha pedido. “Aceito”, dizia ele, “com a condição de que não esteja à espera de voltar a vê-los.” E, o coração em festa, oferecia ao primeiro pobre que encontrava aquilo que acabara de receber.Nada lhe causava tanta pena como ver insultar um pobre ou maldizer uma qualquer criatura. Certo dia, um irmão deixou-se levar por palavras ofensivas contra um pobre que pedia esmola. “Não se dará o caso”, perguntou-lhe, “de seres rico fingindo ser pobre?” Estas palavras incomodaram enormemente Francisco, o pai dos pobres, que infligiu ao delinquente um terrível sermão, ordenando-lhe em seguida que se despojasse de todas as suas vestes na presença do pobre e lhe beijasse os pés, pedindo-lhe perdão. “Quem fala mal a um pobre”, dizia, “injuria a Cristo, de quem o pobre é o nobre símbolo neste mundo, já que Cristo se fez, por nós, pobre neste mundo.” (2 Co 8, 9).

Tomás de Celano ( c. 1190-c. 1260 ), biógrafo de São Francisco e de Santa Clara

sexta-feira, novembro 10, 2006

Qual é...


O dia mais belo? Hoje
A coisa mais fácil? Enganar-me
O maior obstáculo? O medo
O maior erro? Desprezar-me
A raíz de todos os males? O egoísmo
A distracção mais bela? O trabalho
A pior derrota? O desalento
Os maiores professores? As crianças
A primeira necessidade? Comunicar-me
O que me faz mais feliz? Ser útil aos outros
O maior mistério? A morte
O pior defeito? O mau humor
A pessoa mais perigosa? A mentirosa
O pior pensamento? A raiva
O presente mais belo? O perdão
O mais imprescindível? Rezar
O caminho mais rápido? O correcto
A sensação mais gratificante? A paz interior
A expressão mais eficaz? O sorriso
O melhor remédio? O optimismo
A maior satisfação? O dever cumprido
A maior força do universo? A fé
As pessoas mais necessárias? Os pais
A coisa mais bela? O amor

Madre Teresa de Calcutá

Pedir a Deus...

O escritor inglês Bertrand Russel disse um dia que a Deus devíamos pedir três coisas:

Coragem: para aceitar tudo aquilo que não é possível mudar;
Força: para mudar aquilo que se pode mudar;
Inteligência: para saber distinguir uma coisa da outra.

À nossa volta, há muita coisa a mudar. Viver essa inquietação é bom. Agir com inteligência, com fé e com coragem, para transformar o que está mal, é melhor, é necessário.
A hora que vivemos não é de cruzar os braços, mas de trabalhar com entusiasmo, dedicadamente, por um mundo melhor!
Então, peçamos a Deus "que nos dê força para mudar aquilo que se pode mudar".

in Almanaque Comboniano 2007

quarta-feira, novembro 08, 2006

O Bom Pastor

"Eu sou o bom pastor. O bom pastor dá a sua vida pelas ovelhas. O mercenário, e o que não é pastor, a quem não pertencem as ovelhas, vê vir o lobo e abandona as ovelhas e foge e o lobo arrebata-as e espanta-as, porque é mercenário e não lhe importam as ovelhas. Eu sou o bom pastor; conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem-me, assim como o Pai me conhece e Eu conheço o Pai; e ofereço a minha vida pelas ovelhas. Tenho ainda outras ovelhas que não são deste redil. Também estas Eu preciso de as trazer e hão-de ouvir a minha voz; e haverá um só rebanho e um só pastor. É por isto que meu Pai me tem amor: por Eu oferecer a minha vida, para a retomar depois. Ninguém ma tira, mas sou Eu que a ofereço livremente. Tenho poder de a oferecer e poder de a retomar. Tal é o encargo que recebi de meu Pai." (João 10, 11-18)


"O bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas" (Jo 10,11). Quando Jesus pronunciava estas palavras, os apóstolos não sabiam que falava de si mesmo. Mesmo João, o apóstolo bem amado, não o sabia. Compreendeu-o no Calvário, junto à cruz, ao vê-lo oferecer silenciosamente a vida pelas suas ovelhas. Quando chegou, para ele e para os outros apóstolos, o momento de assumirem esta mesma missão, então lembraram-se daquelas palavras. Deram-se conta de que estariam em condições de levar a missão até ao seu cumprimento apenas porque Jesus tinha assegurado de que seria ele mesmo a agir neles. Pedro, de modo particular, foi disso bem consciente, ele, "a testemunha da Paixão de Cristo" (1Pe 5,1), que exortava os anciãos da Igreja nestes termos: "Sede os pastores do rebanho de Deus que vos foi confiado" (1Pe 5,2).No decorrer dos séculos, os sucessores dos apóstolos, conduzidos pelo Espírito Santo, continuaram a reunir o rebanho de Cristo e a conduzi-lo para o Reino dos Céus, conscientes de que só podiam assumir tal responsabilidade "por Cristo, com Cristo e em Cristo". Foi esta mesma consciência que eu tive quando o Senhor me chamou a exercer a missão de Pedro nesta bem amada cidade de Roma e ao serviço do mundo inteiro. Desde o início do meu pontificado, os meus pensamentos, as minhas orações e as minhas acções foram animadas por um único desejo: testemunhar que Cristo, o Bom Pastor, está presente e a agir na Igreja. Ele anda continuamente à procura da ovelha perdida, recondu-la ao redil, trata as suas feridas; vela pela ovelha fraca e doente e protege a que é robusta (Ez 34,16). É por isso que, desde o primeiro dia, nunca deixei de exortar: "Não tenhais medo de acolher Cristo e de aceitar o seu poder!" Digo-o de novo hoje, com força: "Abri, abri de par em par as portas a Cristo! Deixai-vos conduzir por ele. Tende confiança no seu amor!"

João Paulo II (Homilia para o 25º aniversário do seu pontificado)

terça-feira, novembro 07, 2006

Jesus, meu Mestre...

(Testemunho sobre a caminhada a Fátima realizada em Julho 2006, organizada pelos Missionários Combonianos e tendo como tema "Ultrapassar fronteiras...Gerar Comunhão)

Jesus, meu Mestre,
aqui estou eu diante de Ti...O meu corpo está cansado, os deles também, mas a minha alma voa...tenho vontade de chorar e de rir ao mesmo tempo, abraçar conhecidos e desconhecidos, agradecer a todos, agradecer a Ti, a Maria tua Mãe...
Olho à volta e fico deslumbrada, apaixonada por estas pessoas que tiveram a coragem de aceitar este desafio, que em união, serviço e missão conseguiram todos "ultrapassar fronteiras" como diz a música.
Se eu não sabia bem porquê partir, agora sinto-o. Só por amor se faz isto! Somos malucos, doidos, loucos!? Sim, pois somos. Loucos de Amor.
Começamos por pequenos gestos e deixámo-nos ir mais além, ficámos nas tuas mãos e deixámos que tu nos fosses moldando. E que alegria maior pode haver do que esvaziarmo-nos do fútil e na simplicidade seguir-te? Eu estou a aprender ainda...
Sim...tu bem sabes que falhei muitas vezes ao longo da caminhada...Mas pude observar a maneira como eles iam caminhando e "caindo" e estou tão feliz por existirem pessoas tão maravilhosas! Porque a seguir à queda, eles nunca desistiram! Esta é a Paz que não pode "matar" a esperança numa Nova Vida. Amor em comunhão só poderá gerar vida e mais vida.
Temos que lutar sempre! Só por Ti! "Nós, o Senhor e as pegadas..."

Vanessa Sofia

Todos serão ensinados por Deus

"Ninguém pode vir a mim, se o Pai que me enviou o não atrair; e Eu hei-de ressuscitá-lo no último dia. Está escrito nos profetas: E todos serão ensinados por Deus. Todo aquele que escutou o ensinamento que vem do Pai e o entendeu vem a mim. Não é que alguém tenha visto o Pai, a não ser aquele que tem a sua origem em Deus: esse é que viu o Pai." (João 6, 44-46)

Quando é Deus que suspende e pára o entendimento, Ele dá-lhe o que admirar e de que se ocupar; então, sem raciocinar, recebemos, no espaço de um Credo, mais luz do que poderíamos adquirir em muitos anos com todo o esforço do mundo. Mas querer ligar os poderes da nossa alma e parar a sua actividade, por nós próprios, é uma loucura...Durante muitos anos, li muitas coisas sem as compreender. Em seguida, passei um tempo considerável sem conseguir encontrar termos para explicar as graças que Deus me concedia, o que constituiu para mim a fonte de muitas penas. Mas quando agrada a Sua Majestade, ela ensina tudo num instante, e de uma forma que me deixa estupefacta. Esta é uma coisa que posso afirmar com toda a verdade. Muitos homens espirituais com quem dialogava procuraram explicar-me os dons que Deus fazia à sua alma, esperando ajudar-me assim a dar-me conta deles. A minha estupidez tornou todos os seus esforços inteiramente inúteis. Talvez que Nosso Senhor o quisesse assim, para ter sozinho todos os direitos ao meu renascimento. Com efeito, foi sempre Ele o meu mestre. Bendito Seja! Mas também, que confusão para mim que uma tal confissão seja a expressão da verdade!... Foi pois sem que eu o tenha desejado ou pedido, que Deus me iluminou num instante e me pôs em estado de o exprimir. Os meus confessores ficaram surpreendidos, e eu mais ainda, porque conhecia melhor a minha incapacidade... Sim, redigo-o agora, é muito importante não elevarmos o nosso espírito antes que Deus o eleve. E quando Ele o faz, compreendemo-lo imediatamente.

Santa Teresa d'Ávila

Sem comentários...he he he

segunda-feira, novembro 06, 2006

Ultrapassar Fronteiras...Gerar Comunhão

(Reflexões publicadas na folha "A Missão que nos une" dos Missionários Combonianos em Março de 2006)

(Escrito após um passeio nocturno pelas ruas de Lisboa...)

" Enquanto a noite cai, o mundo divide-se e cai metade com ela...Tanta miséria, tantos enganos e desencontros...Mas vem-me a Tua paz e contigo me encontro Jesus...
Vi-Te hoje na rua: velho, mal cheiroso, cansado, abandonado, com fome, vagabundo...os olhos encheram-se-me de lágrimas, mas prossegui, com o peito rasgado, impotente...e no entanto senti a Tua paz, não senti medo, conTigo não há medo...
Mais outra noite findou e eu venho agradecer-Te: a vida, os amigos, os pais, o amor..."

Madalena - Cabanas (Palmela)


(Escrito após o visionamento do filme "Neste Mundo")

É perceptível que a necessidade de algo ajuda a ultrapassar todo o tipo de fronteiras. Exemplo disso foi o filme que vimos em que são ultrapassadas fronteiras geográficas, linguísticas, culturais, etc.., para conseguir atingir um simples, mas sempre difícil objectivo: tentar ser feliz.
Também nós, como cristãos, temos por missão ultrapassar todo o tipo de fronteiras, em que se inclui o egocentrismo, a vaidade, a ambição desmedida, que nos impedem de gerar comunhão, seja com necessitados a nível humano, como a nível espiritual.
Ao amarmos o irmão que vemos, ultrapassamos as fronteiras que nos impedem de gerar comunhão com Deus.
Ao amarmos a Deus que não vemos, através da sua Palavra, Jesus Cristo, ultrapassamos as fronteiras que nos impedem de gerar comunhão com o nosso irmão.
Assim, a vida não se pode esgotar num viver, mas num viver com. Em conclusão, viver é amar, e amar é servir.

Nelson Viana

Há algo errado com o povo Evangélico

(Texto retirado do site: www.veritatis.com.br)

O que você pensaria de uma nação cujos irmãos lutam entre si, buscando cada um a primazia da sua família? O que você pensaria de um povo que professa a fé no mesmo Deus e isso, ao contário de os unir, separa-os? O que você pensaria de um povo que se trata com o amável título de "irmãos", mas vivem desconfiados uns dos outros e muitas vezes agem como verdadeiros inimigos? O que você pensaria de um povo que crê na acção do Deus Espírito que veio para unir (Jo 17.21) mas que justamente "Ele", é o grande ponto de polémica no meio desse povo?
Obviamente estamos falando de um povo que no Brasil afirma ter mais de 20 milhões de pessoas, está presente nas rádios, TVs, e hoje já se dissemina por todas as classes sociais. Era de esperar que esse povo tivesse uma identidade mais ou menos clara e uniforme, que houvesse concordância em pontos importantes, que se tratassem com amor e respeito, que falassem a mesma língua..... Mas o que vemos é algo completamente diferente. Essa fina estirpe que recebeu do Senhor o título de "nação santa, povo de propriedade exclusiva de Deus", apresenta características tão díspares, sentimentos tão heterogêneos, disposições tão contrárias, que fico pensando se Deus não desceu do céu e, a exemplo da Torre de Babel, não veio confundir-nos até que tomássemos consciência da loucura que tomou conta da igreja hoje.
Faço este triste diagnóstico, a partir das constatações que relaciono abaixo:

-- Há algo profundamente errado quando convivemos com uma classe de crentes "superiores" por terem tido uma experiência especial com Deus e uma classe de crentes "inferiores" porque não alcançaram ou não buscam esse mesmo tipo de experiência.
-- Há algo profundamente errado quando uns prestam culto a Deus no sétimo dia da semana e lutam ardorosamente contra os que prestam culto a Deus no dia seguinte.
-- Há algo profundamente errado quando uns baptizam os seus fiéis em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, mas não aceitam os fiéis baptizados em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo em outra igreja, porque a outra igreja o fez de modo diferente.
-- Há algo profundamente errado quando participantes do mesmo Corpo tentam de todas as formas arrancar fiéis de outros grupos que também participam desse Corpo.
-- Há algo profundamente errado quando o germe da divisão produz a cada dia mais igrejas que declaram ser as únicas e verdadeiras igrejas (a esse propósito há aqui num bairro nobre de S.Paulo uma igreja com bonita fachada escrito abaixo de seu nome: "Fundada em 33 d.C. na cidade de Jerusalém")
-- Há algo profundamente errado quando pastores, bispos e apóstolos afirmam ter recebido novas revelações de Deus, revelações essas que não foram feitas nem a Paulo, nem a Pedro, nem a João, mas foram reveladas a esse graaaande servo do Senhor, líder de tal igreja.
-- Há algo profundamente errado quando alguns crentes são tomados de orgulho por estarem separados "de", e ostentam essa separação como prova de santidade, enquanto o Evangelho de Cristo chama todos à santidade.
-- Há algo profundamente errado quando a Igreja passa a ser um fim em si mesma, e o bom crente é aquele que frequenta os seus trabalhos 7 dias por semana, independentemente da ética que o domina, da sua qualidade de vida familiar e da responsabilidade social que ele tem.

Fico-me perguntando como viver a Unidade desejada por Cristo se a Ceia nos separa, se o Baptismo nos separa, se aquele que veio trazer a Unidade, o Espírito Santo, nos separa? Que Deus tenha misericórdia desse povo que poderia ser uma grande nação, um povo realmente escolhido por Deus para testemunhar as coisas do Reino.

Daniel Rocha, pastor da Igreja Metodista e Psicólogo em Itaberaba, S.Paulo

domingo, novembro 05, 2006

CRISTO (Não o confudamos com Buda, Maomé ou com os «avatares»)

Já no Evangelho encontramos duas posições possíveis, em relação a Cristo. O próprio Senhor distingue: o que dizem as pessoas e o que vós dizeis. Pergunta o que dizem as pessoas que O conhecem em segunda mão, ou de modo histórico, literário, e depois o que dizem aqueles que o conhecem intimamente e que realmente entraram em contacto com Ele, que têm experiência da sua Santidade. Esta distinção permanece presente ao longo de toda a História: há uma impressão de fora que tem elementos de verdade. No Evangelho vê-se que alguns dizem: «É um profeta». Assim como hoje se diz que Jesus é uma grande personalidade religiosa ou que está entre os avatares (as múltiplas manifestações do divino). Mas aqueles que entraram em comunhão com Jesus reconhecem que se trata de uma outra realidade, é Deus presente num homem. Buda, em substância, diz: «Esqueçam-me, andem só no caminho que vos mostrei». Maomé afirma: «O senhor Deus deu-me estas palavras que verbalmente vos transmito no Corão». E assim por diante. Mas Jesus não entra nesta categoria de personalidades visíveis e historicamente diversas. Menos ainda é um dos avatares, no sentido dos mitos da realidade hinduísta. É uma realidade completamente diferente. Pertence a uma história, que começa com Abraão, na qual Deus mostra o seu rosto, Deus revela-se como uma pessoa que sabe falar e responder, que entra na história. É esse rosto de Deus, de um Deus que é pessoa e actua na história, encontra o seu cumprimento naquele instante em que o próprio Deus, fazendo-se homem Ele mesmo, entra no tempo. Assim, mesmo historicamente, não se pode comparar Jesus Cristo às várias personalidades religiosas ou às visões mitológicas orientais.


Papa Bento XVI ( in "Dicionário do Papa Ratzinger" )

A Barca de Pedro

Senhor, a tua Igreja parece-nos uma barca que está para afundar-se, uma barca que mete água por todos os lados. E mesmo no teu campo de trigo, vemos mais joio do que trigo. A roupa e a cara assim sujas da tua Igreja assustam-nos. Mas somos nós mesmos que a sujamos! Somos nós mesmos que te traímos vez após vez, depois de todas as nossas grandes palavras, os nossos grandes gestos. Tem piedade da tua Igreja: mesmo no interior dela, Adão cai constantemente. Com a nossa queda, arrastamos-Te pela terra, e Satanás ri-se, porque espera que não consigas levantar-Te; espera que Tu, tendo sido arrastado na queda da tua Igreja, fiques por terra vencido. Mas Tu levantar-Te-ás. Já Te levantas-te, ressuscitaste e podes levantar-nos também a nós. Salva e santifica a tua Igreja. Salva e santifica-nos a todos.

Papa Bento XVI (in "Dicionário do Papa Ratzinger")

Verdadeiro Cristão

O verdadeiro cristão é aquele que edifica a sua vida a partir da vida de Jesus. É Nele que encontramos forças para suportar os ventos contrários que nos impedem de caminhar.
O verdadeiro cristão é também aquele que se faz pilar da Igreja, e que a suporta com o seu testemunho de fé e de vida.

Nelson Viana

sábado, novembro 04, 2006

A Missão

(Texto publicado na folha "A Missão que nos une" dos Missionários Combonianos em Janeiro de 2006)

A Missão é o meter em práctica a nossa fé, ao ir pelo mundo a predicar o Evangelho, como Jesus nos ensinou. É transmitir aos que são excluídos pela nossa sociedade que existe Alguém que os ama, Alguém que lhes diz: " Vinde a mim, vos que estais cansados e oprimidos e eu vos aliviarei..." (Mt 11, 28-30) ; "Bem-aventurados vós, que agora tendes fome, porque sereis fartos. Bem-aventurados vós, que agora chorais, porque haveis de rir." (Lc 6, 20-21) É também transmitir áqueles que ainda vivem escravos dos desejos de querer e ter que "...dificilmente entrará um rico no reino dos céus..." (Mt 19, 23-24) Ajudá-los a abrir as portas a Cristo (como dizia João Paulo II), para que se libertem deste tipo de escravidão que os leva à morte.Assim, a Missão é muito importante, porque Jesus chama-nos a ser a luz do mundo e completa dizendo: "Não se acende uma vela para se colocar debaixo da mesa, mas no candelabro, para que dê luz a todos os que estão na casa." (Lc 11, 23) A luz é o Dom da Fé que alguem recebe. Fé em Jesus Cristo como " O Caminho, a Verdade e a Vida. " (Jo 14, 6) Mas a Fé não é só acreditar, mas também amar, pois como poderemos servir a Deus que não vemos, se não servimos os nossos irmãos que vemos.Em conclusão, a Missão serve para ajudar a quebrar as barreiras criadas pela nossa sociedade e fazer com que os horizontes, seja de pessoas necessitadas a nível material como a nível espiritual e humano, se possam alargar, ajudando-nos a realizar o desígnio que Deus tem para cada um de nós, e que nos é transmitido desta maneira por Jesus: "... Amai-vos uns aos outros como eu vos amei..." (Jo 13, 34-35)

Nelson Viana

Fica aqui também uma breve definição do que é ser Missionário:

" Ser Missionário é, em nome de Cristo, abraçar com amor as necessidades do irmão. "

Igreja Católica: A Verdadeira Igreja de Cristo

É a Igreja Católica que nos dá a conhecer o verdadeiro rosto de Jesus.
Aquele rosto transfigurado à imagem de Deus, no Monte Tabor, e aquele rosto transfigurado à imagem do Homem na cruz.
Mas destes dois rostos, há um que permanece e que coincide com o rosto do Ressuscitado. É aquele que brilha, que ilumina e que vai transfigurar, não só os nossos próprios rostos, mas principalmente os nossos corações.

Nelson Viana
Free Photo Albums from Bravenet.comFree Photo Albums from Bravenet.com