quarta-feira, agosto 29, 2007

A oração em nome do Filho

"...o que pedirdes em meu nome Eu o farei, de modo que, no Filho, se manifeste a glória do Pai." (São João 14, 13)

A oração cristã é uma oração em nome do Filho. Se São Lucas se contenta em aludir à identidade da oração dos filhos e do Filho, em São João este elemento essencial torna-se explícito: “Orar em nome do Filho” não é uma simples fórmula, um simples conjunto de palavras. Para nos deixarmos penetrar por este nome, temos de aceitar um processo de identificação, temos de aceitar o caminho da conversão e da purificação, que nos leva a tornarmo-nos filhos, ou seja, à realização do baptismo na constante penitência. Assim respondemos ao convite do Senhor: “Quando Eu for elevado da terra, tudo atrairei a Mim” (Jo 12, 32).
Quando proferimos a fórmula litúrgica “por Cristo, Nosso Senhor”, é toda esta teologia que está presente. Dia após dia, estas palavras convidam-nos a percorrer o caminho da identificação com Jesus, o caminho do baptismo, isto é, da conversão e da penitência.
Cardeal Joseph Ratzinger [Papa Bento XVI]
Retiro pregado no Vaticano, 1983

segunda-feira, agosto 27, 2007

Jesus Cristo: "Imagem do Deus invísivel"

"Jesus levantou a voz e disse: «Quem crê em mim não é em mim que crê, mas sim naquele que me enviou; e quem me vê a mim vê aquele que me enviou. Eu vim ao mundo como luz, para que todo o que crê em mim não fique nas trevas. Se alguém ouve as minhas palavras e não as cumpre, não sou Eu que o julgo, pois não vim para condenar o mundo, mas sim para o salvar. Quem me rejeita e não aceita as minhas palavras tem quem o julgue: a palavra que Eu anunciei, essa é que o há-de julgar no último dia; porque Eu não falei por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, é que me encarregou do que devo dizer e anunciar. E Eu bem sei que este seu mandato traz consigo a vida eterna; por isso, as coisas que Eu anuncio, anuncio-as tal como o Pai as disse a mim.»" (São João 12, 44-50)
A invocação de Deus como "Pai" é conhecida em muitas religiões. A divindade é muitas vezes considerada "pai dos deuses e dos homens". Em Israel, Deus é chamado Pai enquanto Criador do mundo. Deus é Pai, mais ainda, em razão da Aliança, e do dom da Lei a Israel, seu "filho primogênito" (Ex 4, 22). É também chamado Pai do rei de Israel. Muito particularmente Ele é "o Pai dos pobres", do órfão e da viúva que estão sob sua proteção de amor.
Jesus revelou que Deus é "Pai" num sentido inaudito: não o é somente enquanto Criador, mas é eternamente Pai em relação a seu Filho único, que só é eternamente Filho em relação a seu Pai: "Ninguém conhece o Filho senão o Pai, e ninguém conhece O Pai senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar" (Mt 11, 27).
É por isso que os apóstolos confessam Jesus como "o Verbo" que "no início estava junto de Deus" e que "é Deus" (Jo 1, 1), como "a imagem do Deus invisível" (Cl 1, 15), como "o resplendor de sua glória e a expressão do seu ser" (Hb 1, 3).
Na esteira deles, seguindo a Tradição apostólica, a Igreja, no ano de 325, no primeiro Concílio Ecumênico de Niceia, confessou que o Filho é "consubstancial" ao Pai, isto é, um só Deus com Ele. O segundo Concílio Ecuménico, reunido em Constantinopla em 381, conservou esta expressão em sua formulação do Credo de Niceia e confessou "o Filho Único de Deus, gerado do Pai antes de todos os séculos, luz de luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai".
Catecismo da Igreja Católica
§ 238, 240-242

sábado, agosto 25, 2007

Evangelho do dia - Escutar Deus nas Sagradas Escrituras

"Jesus percorria cidades e aldeias, ensinando e caminhando para Jerusalém. Disse-lhe alguém: «Senhor, são poucos os que se salvam?» Ele respondeu-lhes: «Esforçai-vos por entrar pela porta estreita, porque Eu vos digo que muitos tentarão entrar sem o conseguir. Uma vez que o dono da casa se levante e feche a porta, ficareis fora e batereis, dizendo: 'Abre-nos, Senhor!' Mas ele há-de responder-vos: 'Não sei de onde sois.' Começareis, então, a dizer: 'Comemos e bebemos contigo e Tu ensinaste nas nossas praças.' Responder-vos-á: 'Repito-vos que não sei de onde sois. Apartai-vos de mim, todos os que praticais a iniquidade.' Lá haverá pranto e ranger de dentes, quando virdes Abraão, Isaac, Jacob e todos os profetas no Reino de Deus, e vós a serdes postos fora. Hão-de vir do Oriente, do Ocidente, do Norte e do Sul, sentar-se à mesa no Reino de Deus. E há últimos que serão dos primeiros e primeiros que serão dos últimos.»" São Lucas 13, 22-30
Prestai atenção, caríssimos irmãos : as Sagradas Escrituras foram-nos transmitidas por assim dizer como cartas vindas da nossa pátria. Com efeito, a nossa pátria é o paraíso ; os nossos pais são os patriarcas, os profetas, os apóstolos e os mártires; os nossos concidadãos são os anjos; o nosso rei é Cristo. Quando Adão pecou, fomos por assim dizer lançados no exílio deste mundo. Mas, porque o nosso rei é fiel e misericordioso mais do que se possa imaginar ou dizer, dignou-se enviar-nos, por intermédio dos patriarcas e dos profetas, as Sagradas Escrituras, como cartas de convite, pelas quais nos convidava para a nossa eterna e primeira pátria… Em razão da sua inefável bondade, convidou-nos a reinar como ele.
Nessas condições, que ideia farão de si mesmos os servos que não se dignam a ler as cartas que nos convidam à bem-aventurança do Reino? "... Aquele que ignora será ignorado » (1 Co 14, 38). Na verdade, aquele que negligencia procurar Deus neste mundo pela leitura dos textos sagrados, Deus, por seu lado, recusar-se-á a admiti-lo à bem-aventurança eterna. Ele deve temer que lhe fechem as portas, que o deixem fora com as virgens loucas (Mt 25, 10) e que mereça ouvir : « Não sei quem vós sois ; não vos conheço ; afastai-vos de mim, vós todos que fizestes o mal”… Aquele que quiser ser escutado favoravelmente por Deus deve começar por escutar Deus. Como teria a veleidade de querer que Deus o escute favoravelmente, se prestou tão pouca atenção, que até negligenciou ler os seus preceitos?
São Cesário de Arles (470-543)
Monge e Bispo

quarta-feira, agosto 22, 2007

Sagradas Escrituras

As Sagradas Escrituras contêm a palavra de Deus, e, pelo facto de serem inspiradas, são verdadeiramente a palavra de Deus; e por isso, o estudo destes sagrados livros deve ser como que a alma da sagrada teologia. Também o ministério da palavra, isto é, a pregação pastoral, a catequese, e toda a espécie de instrução cristã, com proveito se alimenta e santamente se revigora com a palavra da Escritura.
O sagrado Concílio exorta com ardor e insistência todos os fiéis a que aprendam «a sublime ciência de Jesus Cristo» (Fil. 3, 8) com a leitura frequente das divinas Escrituras, porque «a ignorância das Escrituras é ignorância de Cristo» (São Jerónimo). Debrucem-se, pois, gostosamente sobre o texto sagrado, quer através da sagrada Liturgia, rica de palavras divinas, quer pela leitura espiritual, quer por outros meios que se vão espalhando tão louvavelmente por toda a parte, com a aprovação e estímulo dos pastores da Igreja. Lembrem-se, porém, que a leitura da Sagrada Escritura deve ser acompanhada de oração para que seja possível o diálogo entre Deus e o homem; porque «a Ele falamos, quando rezamos, a Ele ouvimos, quando lemos os divinos oráculos» (Sto. Ambrósio).
Deste modo, pois, com a leitura e estudo dos livros sagrados, «a palavra de Deus se difunda e resplandeça (2 Tess. 3,1), e o tesouro da revelação confiado à Igreja encha cada vez mais os corações dos homens. Assim como a vida da Igreja cresce com a assídua frequência do mistério eucarístico, assim também é lícito esperar um novo impulso de vida espiritual, se fizermos crescer a veneração pela palavra de Deus, que «permanece para sempre» (Is. 40, 8; cfr. l Pedro 1, 23-25).
Concílio Vaticano II
Constituição Dogmática sobre a Revelação Divina (Dei Verbum), § 24-26

segunda-feira, agosto 20, 2007

O pão celestial é Cristo...

"A minha carne é verdadeira comida e o meu sangue verdadeira bebida" (São João 6, 55)

A Árvore da Vida é o amor de Deus. Adão perdeu-o na sua queda e nunca mais encontrou a alegria mas, pelo contrário, trabalhava e penava numa terra cheia de espinhos (Gn 3, 18). Aqueles que estão privados do amor de Deus comem o pão do seu suor (Gn 3, 19) em todas as suas obras, ainda que sigam um caminho recto; foi esse o pão que foi dado a comer à primeira criatura após a queda. Até que encontremos o amor, o nosso trabalho é aí, na terra dos espinhos...; seja qual for o grau da nossa justiça pessoal, é com o suor do nosso rosto que vivemos.
Mas, quando encontramos o amor, alimentamo-nos do pão celestial e somos reconfortados para além de qualquer obra e de qualquer pena. O pão celestial é Cristo, que desceu do céu e deu a vida ao mundo. É esse o alimento dos anjos (Sl 77, 25). Aquele que encontrou o amor alimenta-se de Cristo cada dia e a toda a hora e torna-se imortal. Porque Ele disse: "Quem come o pão que eu lhe der não verá a morte". Feliz aquele que come o pão de amor, que é Jesus. Porque quem se alimenta do amor, alimenta-se de Cristo, do Deus que domina o Universo, Aquele de quem João testemunha, dizendo: "Deus é amor" (1 Jo 4, 8).
Portanto, o que vive no amor recebe de Deus o fruto da vida. Respira neste mundo o próprio ar da ressurreição, esse ar que faz as delícias dos justos ressuscitados. O amor é o Reino. Foi dele que o Senhor ordenou misteriosamente aos apóstolos que se alimentassem; "comer e beber na mesa do meu Reino" (Lc 22, 30), que é isso senão o amor? Porque o amor é capaz de alimentar o homem em vez de qualquer outro alimento e bebida. É esse "o vinho que alegra o coração do homem" (Sl 104,16); feliz aquele que bebe de tal vinho.
Santo Isaac o Sírio (século VII)
Monge em Nínive, perto de Mossul no actual Iraque

domingo, agosto 19, 2007

Evangelho do dia - "Eu vim lançar o fogo sobre a terra..."

«Eu vim lançar fogo sobre a terra; e como gostaria que ele já se tivesse ateado! Tenho de receber um baptismo, e que angústias as minhas até que ele se realize! Julgais que Eu vim estabelecer a paz na Terra? Não, Eu vo-lo digo, mas antes a divisão. Porque, daqui por diante, estarão cinco divididos numa só casa: três contra dois e dois contra três; vão dividir-se: o pai contra o filho e o filho contra o pai, a mãe contra a filha e a filha contra a mãe, a sogra contra a nora e a nora contra a sogra.» (São Lucas 12, 49-53)
“Vim trazer fogo à terra”: desci do alto dos céus e, pelo mistério da Minha encarnação, manifestei-Me aos homens para acender no coração humano o fogo do amor divino. “E que quero se não que arda” – isto é, que pegue e se torne uma chama activada pelo Espírito Santo, que faça brilhar actos de bondade!
Cristo anuncia a seguir que terá de morrer na cruz para que o fogo deste amor incendeie a humanidade. Foi, efectivamente, a santíssima Paixão de Cristo que valeu à humanidade dom tão grande, e é sobretudo a memória da Sua Paixão que acende uma chama nos corações fiéis. “Tenho de receber um baptismo”, ou seja: compete-Me e está-Me reservado, por especial disposição de Deus, receber um baptismo de sangue, banhar-me e como que mergulhar nas águas do Meu sangue derramado na cruz, a fim de resgatar o mundo inteiro. “E que angústia é a Minha até que tal se cumpra” – por outras palavras, até que Minha Paixão seja completa, e que Eu possa dizer: “Tudo está consumado!” (Jo 19, 30).
Dionísio o Cartuxo (1402-1471), Monge

sexta-feira, agosto 17, 2007

"Deus amou tanto o mundo..."

"Tanto amou Deus o mundo, que lhe entregou o seu Filho Unigénito, a fim de que todo o que nele crê não se perca, mas tenha a vida eterna." (São João 3, 16)
O Pai enviou-nos o seu Filho, que é "o melhor dom, o dom perfeito" (Tg 1,17). O melhor dom, que nada ultrapassa; o dom perfeito, ao qual nada se pode acrescentar. Cristo é o melhor dom porque, Aquele que o Pai assim nos dá, é o seu Filho, soberano, eterno como Ele. Cristo é o dom perfeito; tal como diz o apóstolo Paulo, "com Ele, Deus deu-nos tudo" (Ro 8,32)... Deu-nos Aquele "que é a cabeça da Igreja" (Ef 5,23). Não podia dar-nos mais. Cristo é o dom perfeito porque, quando no-Lo deu, o Pai levou através d'Ele todas as coisas à sua perfeição.
"O Filho do homem, diz S. Mateus, veio salvar o que estava perdido" (18,11). É por isso que a Igreja exclama: "Cantai ao Senhor um cântico novo" (Sl 97,1), como que para dizer: Ó fiéis, a quem o Filho do homem salvou e renovou, cantai um cântico novo porque deveis "rejeitar tudo o que é antigo, agora que os frutos novos vos são dados" (Lv 26,10). Cantai, porque o Pai "fez maravilhas" (Sl 97,1) quando nos enviou o dom perfeito, o seu Filho. "Diante das nações, fez erguer a sua justiça" (Sl 97,2), quando nos deu o dom perfeito, o seu Filho único, que justifica as nações e realiza a perfeição de todas as coisas.
Santo António de Lisboa (c. 1195-1231)
Franciscano, Doutor da Igreja

quinta-feira, agosto 09, 2007

Campanha por Darfur

Quando o silêncio mata, a tua voz pode salvar
Darfur é uma região do tamanho da França, situada no oeste do Sudão e dividida em três províncias pelo governo de Cartum. Até à colonização inglesa era um califado árabe independente do Sudão. A região assistia até há pouco tempo a uma coexistência pacífica entre pastores nómadas árabes e a população africana gregária. Durante a guerra entre o norte e o sul, os homens do Darfur foram utilizados pelo exército de Cartum (norte) como manancial de soldados africanos utilizados para combater os grupos armados do sul (muitas vezes através do rapto de crianças e jovens nas aldeias).
Sobre o conflito
Em 2003 os ímpetos independentistas motivados pelos progressos no caminho de independência do sul ganharam expressão no Darfur, com algumas acções esporádicas de grupos militares rebeldes. Em resposta, o governo de Cartum iniciou uma intervenção utilizando o aparelho de guerra entretanto desocupado com a diminuição das hostilidades no sul e contando com o apoio de militares de países como a Arábia Saudita e a Líbia. Paralelamente iniciou uma campanha fomento do ódio étnico e racial, armando as populações de pastores árabes (politicamente mais fáceis de controlar e manipular por Cartum) e financiando as razias às populações africanas. Estima-se em mais de 3.000 o número de ataques a comunidades e aldeias destas milícias armadas e mantidas pelo governo (a uma média de cerca de 60 ataques por mês!).
Campanha
A porDarfur está empenhada em divulgar projectos concretos de ajuda no terreno, seleccionados com base em critérios de rigor da gestão de fundos e garantias sobre os resultados alcançados pela ajuda recebida.
De momento divulgamos duas iniciativas:
Missionários Combonianos: com o projecto "Uma escola para Nyala" estão empenhados no apoio alimentar e escolar a 200 crianças do campo de refugiados de Bileil, situado nas imediações da cidade de Nyala, Darfur. A iniciativa nasceu e é coordenada pelo Pe.Feliz da Costa, missionário comboniano português há mais de 10 anos no Sudão.
Caritas Internacional / Action By Churches Together - coligação de ONGs de solidariedade de toda a Europa, é actualmente a ONGs presente no Darfur que garante mais serviços de apoio de emergência às populações refugiadas, através da iniciativa "Darfur Emergency Response" (DERO).
Fonte: www.pordarfur.org

segunda-feira, agosto 06, 2007

"Nada receeis"

Temos, mais do que nunca, necessidade de ouvir estas palavras de Cristo ressuscitado: “Nada receeis!” (Mt 28, 10). É uma necessidade para o homem dos nossos dias, que não cessa de ter medo no seu foro íntimo, e tem razões para isso. Como é uma necessidade para todos os povos e para as nações do mundo inteiro.
É preciso que, na consciência de cada ser humano, se reforce a certeza de que existe Alguém que tem nas mãos o destino deste mundo que passa, Alguém que detém as chaves da morte e do inferno (Ap 1, 18), Alguém que é o Alfa e o Ómega da história do homem (Ap 22, 13), quer da individual, quer da colectiva; e, sobretudo, a certeza de que este Alguém é Amor, o Amor encarnado, o Amor crucificado e ressuscitado, o Amor incessantemente presente no meio dos homens! Ele é o Amor eucarístico. Ele é uma fonte inesgotável de comunhão. Ele é o único em quem podemos acreditar sem a menor reserva quando nos pede: “Nada receeis".
João Paulo II

sábado, agosto 04, 2007

Evangelho do dia

Foto retirado de: http://eucaristiadominical.blogspot.com/
"Dentre a multidão, alguém disse a Jesus: «Mestre, diz a meu irmão que reparta a herança comigo.» Ele respondeu-lhe: «Homem, quem me nomeou juiz ou encarregado das vossas partilhas?» E prosseguiu: «Olhai, guardai-vos de toda a ganância, porque, mesmo que um homem viva na abundância, a sua vida não depende dos seus bens.» Disse-lhes, então, esta parábola: «Havia um homem rico, a quem as terras deram uma grande colheita. E pôs-se a discorrer, dizendo consigo: 'Que hei-de fazer, uma vez que não tenho onde guardar a minha colheita?' Depois continuou: 'Já sei o que vou fazer: deito abaixo os meus celeiros, construo uns maiores e guardarei lá o meu trigo e todos os meus bens. Depois, direi a mim mesmo: Tens muitos bens em depósito para muitos anos; descansa, come, bebe e regala-te.' Deus, porém, disse-lhe: 'Insensato! Nesta mesma noite, vai ser reclamada a tua vida; e o que acumulaste para quem será?' Assim acontecerá ao que amontoa para si, e não é rico em relação a Deus.»"
(São Lucas 12, 13-21)
"Insensato, nesta mesma noite pedir-te-ão contas da tua vida e o que acumulaste para quem será?" A conduta do rico do Evangelho é tanto mais patética quanto o castigo eterno é rigoroso. Com efeito, que projectos congemina em seu espírito este homem que vai ser arrebatado do mundo dentro de tão pouco tempo? "Vou demolir os meus celeiros e construirei uns maiores". Quanto a mim, dir-lhe-ia de bom grado: Fazes bem porque eles merecem mesmo ser destruidos, os celeiros da tua injustiça. Com as tuas próprias mãos, destrói de uma ponta à outra tudo o que edificaste injustamente. Deixa que se desbaratem as tuas reservas de trigo que nunca saciaram ninguém. Faz desaparecer todo o edifício em que protegeste a tua avareza, tira-lhe o telhado, derruba as paredes, expõe ao sol o trigo que apodrece, tira da prisão as riquezas que aí estavam cativas..."
Vou demolir os meus celeiros e construir uns maiores". Quando acabares de encher esses, que decisão tomarás? Vais demoli-los para construir outros ainda maiores? Haverá maior loucura do que atormentar-se sem fim, construir com afinco e afincar-se em destruir? Se quiseres, terás por celeiro as moradas dos indigentes. "Acumula tesouros no céu". O que aí for guardado "os vermes não o comem, a ferrugem não o estraga, os ladrões não o roubam" (Mt 6, 20).
São Basílio (c. 330-379)
Monge e bispo de Cesareia em Capadócia
Doutor da Igreja

quinta-feira, agosto 02, 2007

Nas Tuas Mãos...


È assim que me sinto...nas Tuas Mãos,
parece até que criei asas e sinto-me a voar, a voar...
Mas sempre protegida nas Tuas Mãos!
Obrigado por essa protecção, por esse amor e carinho
que vem dos outros, mas que nasceu
nas Tuas Mãos!
Publicado em: http://www.eu-estou-aki.blogspot.com/
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