quarta-feira, abril 18, 2007

Cristo morreu por todos, mas ressuscitou também para todos

«Imagem de Deus invisível» (Col. 1, 15), Cristo é o homem perfeito, que restitui aos filhos de Adão semelhança divina, deformada desde o primeiro pecado. Já que, n'Ele, a natureza humana foi assumida, e não destruída, por isso mesmo também em nós foi ela elevada a sublime dignidade. Porque, pela sua encarnação, Ele, o Filho de Deus, uniu-se de certo modo a cada homem. Trabalhou com mãos humanas, pensou com uma inteligência humana, agiu com uma vontade humana, amou com um coração humano. Nascido da Virgem Maria, tornou-se verdadeiramente um de nós, semelhante a nós em tudo, excepto no pecado (He 4, 15).
O cristão, tornado conforme à imagem do Filho que é o primogénito entre a multidão dos irmãos (Ro 8, 29), recebe «as primícias do Espírito» (Rom. 8, 23), que o tornam capaz de cumprir a lei nova do amor. Por meio deste Espírito, «penhor da herança» (Ef. 1, 14), o homem todo é renovado interiormente, até à «redenção do corpo» (Rom. 8,23)... É verdade que para o cristão é uma necessidade e um dever lutar contra o mal através de muitas tribulações, e sofrer a morte; mas, associado ao mistério pascal, e configurado à morte de Cristo, vai ao encontro da ressurreição, fortalecido pela esperança.
E o que fica dito, vale não só para os cristãos, como para todos os homens de boa vontade, em cujos corações a graça opera ocultamente. Com efeito, já que por todos morreu Cristo (Ro 8, 32) e a vocação última de todos os homens é realmente uma só, a saber, a divina, devemos manter que o Espírito Santo a todos dá a possibilidade de se associarem a este mistério pascal por um modo só de Deus conhecido.
Concílio Vaticano II
Constituição sobre a Igreja no mundo actual

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