sexta-feira, junho 01, 2007

Santíssima Trindade

«Tenho ainda muitas coisas a dizer-vos, mas não sois capazes de as compreender por agora. Quando Ele vier, o Espírito da Verdade, há-de guiar-vos para a Verdade completa. Ele não falará por si próprio, mas há-de dar-vos a conhecer quanto ouvir e anunciar-vos o que há-de vir. Ele há-de manifestar a minha glória, porque receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer. Tudo o que o Pai tem é meu; por isso é que Eu disse: 'Receberá do que é meu e vo-lo dará a conhecer'.» (São João 16,12-15)

A verdade sobre a Santíssima Trindade tinha-me sido exposta por teólogos, mas nunca a compreendi como a compreendo agora, depois daquilo que Deus me mostrou. Foram-me representadas três Pessoas distintas, que podem ser consideradas e com quem se pode conviver em separado. Percebi depois que só o Filho encarnou, o que mostra claramente a realidade desta distinção. Estas Pessoas conhecem-Se, amam-Se e comunicam entre Si. Mas, se as três Pessoas são distintas, como dizemos que têm, todas três, uma mesma essência? Com efeito, é nisso que acreditamos; trata-se de uma verdade absoluta, pela qual estaria disposta a sofrer mil vezes a morte. Estas três Pessoas têm um único querer, um só poder, uma única soberania, de tal maneira que nenhuma delas pode coisa alguma sem as outras, e que há um só Criador de tudo quanto foi criado. Poderia o Filho criar uma formiga que fosse sem o Pai? Não, porque eles têm um mesmo poder. E o mesmo acontece com o Espírito Santo.
Assim, há um só Deus todo-poderoso, e as três Pessoas constituem uma só Majestade. Poderá alguém amar o Pai sem amar o Filho e o Espírito Santo? Não, mas aquele que se torna agradável a uma destas três Pessoas torna-se agradável às três, e aquele que ofende uma delas ofende as outras duas. Poderá o Pai existir sem o Filho e sem o Espírito Santo? Não, porque têm uma mesma essência, e onde se encontra uma Pessoa encontram-se as outras duas, porque não podem separar-se.
Como é então que vemos três Pessoas distintas? Como é que o Filho encarnou, sem que o Pai e o Espírito Santo tenham encarnado? Eu não o compreendo; os teólogos sabem explicá-lo. O que eu sei é que as três Pessoas concorreram para esta obra maravilhosa. De resto, não me detenho durante muito tempo em questões deste género; o meu espírito passa imediatamente à verdade de que Deus é todo-poderoso e de que, tendo-o querido, pôde fazê-lo, e poderia, da mesma maneira, fazer tudo o que quisesse. Quanto menos compreendo estas coisas, mais acredito nelas, e mais devoção delas retiro. Bendito seja Deus para sempre! Ámen.
Santa Teresa de Ávila (1515-1582)
Carmelita, Doutora da Igreja

1 comentário:

Anónimo disse...

vim dar-te um beijinho... Madalena.

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