terça-feira, junho 19, 2007

“Eu creio! Ajuda a minha pouca fé”

Inclina o teu ouvido e escuta, abre os teus olhos e vê os prodígios que são mostrados pela fé. Vem formar olhos novos, criar orelhas escondidas. Foste convidado a escutar coisas escondidas…; foste chamado a ver realidades espirituais… Vem ver o que ainda não és, e renova-te entrando na nova criação.
A sabedoria estava com o teu Criador desde as suas primeiras obras (Pr 8, 22). Mas na segunda criação a fé estava com Ele; neste segundo parto tomou a fé por auxiliar. A fé acompanha Deus em todas as coisas, e hoje, ele não faz nada de novo sem ela. Ter-lhe-ia sido fácil fazer-te nascer da água e do Espírito (Jo 3, 5) sem ela, e contudo, não te fez nascer neste segundo nascimento antes que tivesses recebido o símbolo da fé, o credo. Ele podia renovar-te, e de velho, te fazer novo, e contudo ele não te muda e não te renova antes de ter recebido de ti a fé em caução. É exigida a fé a quem é baptizado, e é então que, da água, ele recebe tesouros. Sem a fé, o baptismo é a água; sem a fé, os mistérios vivificantes são pão e água; sem o olho da fé, o homem antigo aparece unicamente aquilo que é; sem o olho da fé, os mistérios são vulgares e os prodígios do Espírito são vis.
A fé olha, contempla e considera secretamente a força que está escondida nas coisas… Porque aqui está: tu trazes sobre a mão a parte do mistério que, pela sua natureza, é pão vulgar; a fé olha-o como o corpo do Único… O corpo vê o pão, o vinho, o óleo, a água, mas a fé obriga o seu olhar a ver espiritualmente o que não vê corporalmente, quer dizer, a comer o Corpo no lugar do pão, a beber o Sangue no lugar do vinho, a ver o baptismo do Espírito no lugar da água e a força de Cristo no lugar do óleo.
Filoxeno de Mabboug (?-cerca 523)
Bispo na Síria

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