sexta-feira, dezembro 01, 2006

As duas vindas do Senhor

Primeiro Domingo do Advento

«Haverá sinais no Sol, na Lua e nas estrelas; e, na Terra, angústia entre os povos, aterrados com o bramido e a agitação do mar; os homens morrerão de pavor, na expectativa do que vai acontecer ao universo, pois as forças celestes serão abaladas. Então, hão-de ver o Filho do Homem vir numa nuvem com grande poder e glória. Quando estas coisas começarem a acontecer, cobrai ânimo e levantai a cabeça, porque a vossa redenção está próxima.»
«Tende cuidado convosco: que os vossos corações não se tornem pesados com a devassidão, a embriaguez e as preocupações da vida, e que esse dia não caia sobre vós subitamente, como um laço; pois atingirá todos os que habitam a terra inteira. Velai, pois, orando continuamente, a fim de terdes força para escapar a tudo o que vai acontecer e aparecerdes firmes diante do Filho do Homem.» São Lucas 21, 25-28; 34-36
“Alegrai-vos no Senhor, repito: alegrai-vos”. Alegria dupla, motivada por um duplo benefício: a primeira e a segunda vinda. Devemo-nos alegrar porque o Senhor, na sua primeira vinda, nos trouxe riquezas e glória. Devemo-nos alegrar ainda porque, na sua segunda vinda, nos dará “dias sem conta, pelos séculos fora” (Salmos 20, 5). Como diz os Provérbios: “na mão direita sustenta uma longa vida, na esquerda, riquezas e glória” (Provérvios 3, 16). A esquerda, é a primeira vinda, com as suas riquezas gloriosas: a humildade e a pobreza, a paciência e a obediência. A direita, é a sua segunda vinda, com a vida eterna.
Da primeira vinda, Isaías fala nestes termos: “Desperta, desperta; reveste-te de fortaleza, braço do senhor; desperta como nas dias antigos, como nos tempos de outrora. Não foste tu que esmagaste Raab, que trespassaste o Dragão? Não foste tu que secaste o Mar, estancaste as águas do grande Oceano, abriste um caminho pelo fundo do mar, para que por aí passassem os resgatados?” (Isaías 51, 9-10). O braço do Senhor, é Jesus Cristo, Filho de Deus, por quem e em quem Deus fez todas as coisas... Ó braço do Senhor, ó Filho de Deus, desperta; vem até nós da glória do teu pai, tomando a nossa condição carnal. Reveste-te da força divina, para lutar contra “o príncipe deste mundo” (João 12, 31) e para “expulsar o forte”, tu que és “ mais forte do que ele”. Desperta, para resgatar o género humano, como libertaste, nos tempos antigos, o povo de Israel da escravatura do Egipto... Secaste o mar vermelho; o que fizeste, tu o farás ainda..., como abriste no fundo do inferno a estrada por onde passam os redimidos.
Da segunda vinda, o Senhor fala nestes termos em Isaías: “Olhai, vou criar uma Jerusalém destinada à alegria, e o seu povo ao júbilo. E Jerusalém será a minha alegria, e o meu povo o meu júbilo; e doravante, não se ouvirão mais aí choros nem lamentos” (Isaias 65, 18-19). Porque, como ele disse algures: “O Senhor enxugará as lágrimas de todos os rostos”.
Santo António ( cerca 1195-1231 ), franciscano, doutor da Igreja

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