quarta-feira, dezembro 20, 2006

Caridade

Qual é o primeiro acto da caridade? Que actividade tem um coração animado por ela? O que sai desse coração, que é diferente do que sai do coração de um homem dela desprovido? Fazer bem a todos como gostaríamos que nos fizessem a nós; é nisso que consiste o sumário da caridade. Faço ao meu próximo o que desejo que ele me faça? Ah!, que grande exame a fazer.
Contemplemos o Filho de Deus: que coração de caridade, que chama de amor! Meu Jesus, dizei-nos, por favor, o que foi que vos retirou do céu para virdes sofrer a maldição da terra, tantas perseguições e tormentos que recebestes? Ó Salvador, ó fonte do amor, humilhado até nós, até um suplício infame, que amastes mais o próximo do que a Vós mesmo. Viestes expor-vos a todas as nossas misérias, tomar a forma de pecador, levar uma vida de dor e sofrer uma morte vergonhosa por nós. Haverá amor semelhante? Nosso Senhor foi o único que se apaixonou de tal maneira pelas criaturas, que abandonou o trono de seu Pai para vir tomar um corpo sujeito às enfermidades.
E para quê? Para estabelecer entre nós, pelo seu exemplo e a sua palavra, a caridade ao próximo. Oh meus amigos, se tivéssemos um pouco deste amor, ficaríamos de braços cruzados? Oh não, a caridade não pode permanecer ociosa; ela incita-nos à salvação e à consolação dos nossos irmãos.
São Vicente de Paula (1581-1660)

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