
Ao invés das palavras "Pai" e "Filho", o nome do "Espírito Santo", a terceira pessoa divina, não é a expressão de uma especificidade; pelo contrário, ele designa o que é comum a Deus. Ora, é precisamente aí que aparece o que é "próprio" da terceira pessoa: é "o que existe em comum", a unidade do Pai e do Filho, a Unidade em pessoa. O Pai e o Filho são um na medida em que vão para além de si mesmos; são um nesta terceira pessoa, na fecundidade do dom. Estas afirmações nunca poderão ser mais do que meras aproximações; só pelos seus efeitos podemos reconhecer o Espírito. Por consequência, a Escritura nunca descreve o Espírito Santo em si; fala apenas da forma como ele vem até ao homem e como se diferencia dos outros espíritos... Judas Tadeu pergunta: "Senhor, como é possível que te queiras manifestar a nós e não ao mundo?" A resposta de Jesus parece ignorar a pergunta: "Se alguém me amar, guardará a minha palavra e nós viremos a ele e faremos nele a nossa morada". Na realidade, essa é a resposta exacta à pergunta do discípulo e à nossa própria pergunta sobre o Espírito. Não se pode expor o Espírito de Deus como se fosse uma mercadoria. Só o pode ver aquele que o tem em si. Ver e vir, ver e ficar, estão juntos e são indissociáveis. O Espírito Santo permanece na palavra de Jesus e essa palavra não se obtém com discursos, mas com a constância, com a vida.
Papa Bento XVI ( O Deus de Jesus Cristo)
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