quinta-feira, março 29, 2007

Jesus não despreza ninguém...

"Tendo entrado, a um sábado, em casa de um dos principais fariseus para comer uma refeição, todos o observavam. Achava-se ali, diante dele, um hidrópico. Jesus, dirigindo a palavra aos doutores da Lei e fariseus, disse-lhes: «É permitido ou não curar ao sábado?» Mas eles ficaram calados. Tomando-o, então, pela mão, curou-o e mandou-o embora. Depois, disse-lhes: «Qual de vós, se o seu filho ou o seu boi cair a um poço, não o irá logo retirar em dia de sábado?» E a isto não puderam replicar. " São Lucas 14, 1-6
O eterno e invisível Criador do mundo, tendo decidido salvar o género humano que se arrastava de geração em geração submetido às duras leis da morte, "nestes tempos que são os últimos" (He 1, 2) dignou-se fazer-se homem..., para resgatar na sua clemência aqueles que, na sua justiça, havia condenado. A fim de mostrar a profundidade do seu amor por nós, não só se fez homem, mas homem pobre e humilde, para que, tornando-se próximo de nós na sua pobreza, nos permitisse tomar parte nas suas riquezas (2 Co 8, 9). Fez-se por nós tão pobre que nem tinha lugar onde repousar a cabeça: "As raposas têm a sua toca e as aves do céu o seu ninho mas o Filho do Homem não tem onde repousar a cabeça" (Mt 8,20).
É por isso que ele aceitava ir tomar as refeições com quem o convidava, não pelo gosto imoderado pela comida, mas para ali ensinar a salvação e suscitar a fé. Ali enchia de luz os convivas com os seus milagres. Ali, os servos, que estavam ocupados no interior da casa e não tinham a liberdade de ir para junto dele, ouviam a palavra da salvação. Na verdade, não desprezava ninguém, nenhum era indigno do seu amor porque "ele tem piedade de nós; não odeia nenhuma das suas obras e ocupa-se cuidadosamente de cada uma delas" (Sb 11, 24).
Para realizar a sua obra de salvação, o Senhor entrou assim na casa de um notável fariseu, num dia de sábado.. Os escribas e os fariseus observavam-no para o poderem repreender: para, se ele curasse o hidrópico, o poderem acusar de violar a Lei e, se o não curasse, o acusarem de impiedade ou de fraqueza... À luz puríssima da palavra da verdade, viram dissipar-se todas as trevas da sua mentira.
Beato Guerric d'Igny (cerca de 1080-1157)
Abade cisterciense

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