sábado, julho 07, 2007

A caridade, alma da missão

Evangelho segundo São Lucas 10,1-12.17-20
Se não for orientada pela caridade, isto é, se não brotar de um profundo acto de amor divino, a missão corre o risco de se reduzir a uma mera actividade filantrópica e social. Com efeito, o amor que Deus nutre por cada pessoa constitui o coração da experiência e do anúncio do Evangelho e, por sua vez, quantos o acolhem tornam-se suas testemunhas. O amor de Deus, que dá vida ao mundo, é o amor que nos foi concedido em Jesus, Palavra de salvação, ícone perfeito da misericórdia do Pai celeste. Então, a mensagem salvífica poderia ser oportunamente resumida com as palavras do Evangelista João: "E o amor de Deus manifestou-se desta forma no meio de nós: Deus enviou ao mundo o seu Filho unigénito para que, por Ele, tivéssemos a vida" (1 Jo 4, 9). O mandamento de difundir o anúncio deste amor foi confiado por Jesus aos Apóstolos depois da sua ressurreição, e os Apóstolos, interiormente transformados no dia do Pentecostes pelo poder do Espírito Santo, começaram a dar testemunho do Senhor morto e ressuscitado. A partir de então, a Igreja continua esta mesma missão, que constitui para todos os fiéis um compromisso irrenunciável e permanente.
Papa Bento XVI

2 comentários:

Luis Carlos disse...

Olá Nelson,

Este excerto do Lucas vem me dizer algumas coisas importantes. Mas primeiro temos que verificar o simbolismo. Ora aqui, setenta e dois, é um número simbólico, assim como o dois a dois, por aqui se vê que toda esta história do envio em missão dos discípulos, é simbólica e não literal.

Assim, a mensagem básica é a proclamação do já instaurado “Reino de Deus” no mundo, é o aqui e o agora do “Reino de Deus”, que eu traduzo como o reino do amor, da paz, da alegria, da vida, da liberdade. Compreendido assim este Reino de Deus, percebo então como algumas frases não pertencem a Jesus se as lêssemos de forma literal, estão ali com uma intenção de dar suporte às comunidades de pessoas jesuânicas que sofriam ataques de todos os lados, sendo estes escritos, fontes de perseverança no anúncio do tal Reino de Deus.

O mundo é grande, e poucos são aqueles que estão dispostos a levar o amor, a paz, a alegria, a vida, a liberdade, Deus aos outros. Quem for por esses caminhos (não os caminhos de terra, mas os caminhos espirituais) sem levar acessórios que pesem no caminho, serão como cordeiros no meio dos lobos, pois o mundo dos que se fazem grandes e poderosos não admite a presença do Reino de Deus no mundo.

Só na casa do homem de paz, haverá cura de doenças, haverá espaço para que os discípulos possam exercer a cura, nas outras casas não haverá essa possibilidade para essas curas, pois não existe paz, existe apenas o medo. Assim é, como se cada um de nós fosse essa casa de paz, então eu aceito as mensagens do Reino de Deus como Boa Notícia, se não formos uma casa de paz não vale a pena o esforço, por que em vez de paz existe o medo, e ninguém cura doenças onde existe medo, então deixemos essa pessoa seguir caminho carregando as consequências da sua decisão.

Os discípulos na volta da sua missão, vêm cheios de orgulho pelos poderes de afugentarem os demónios (medos) em nome de Jesus, e Jesus diz-lhes em sentido figurado que, o Medo cairá, e nada poderá contra eles, porque eles não são o seu corpo, são a sua alma, a alma é o que fica após a sua morte física, por que nem as serpentes nem os escorpiões poderão causar dano, apenas ao corpo. Mas para cortar o orgulho criado pela mente dos discípulos de poderem pôr os espíritos a obedecer-lhes, diz-lhes que a alegria deles deve estar na presença pessoal de Deus nas suas vidas e eles reconhecerem isso, “por estarem os vossos nomes escritos no Céu.”

Até já,
Luís Carlos

Maria João disse...

Um dos meus receios em relação ao cristianismo é esta questão da filantropia. Há muitos ctistãos que ainda não descobriram ou ainda não conseguem pÔr em prática o amor ao próximo com base no Evangelho, evitando-se assim a mera filantropia. Não tenho nada contra a filantropia quando permite a ajuda de quem precisa, mas o verdadeiro cristão tem na sua base Jesus Cristo e, ao ajudar, deve fazê-lo com base nos Seus ensinamentos e pedindo a Sua ajuda. Só assim diremos realmente o "Sim". Só assim somos o rosto de Cristo.

Não esqueçamos que a vida eterna conquista-se aqui nesta terra e depende muito da medida do amor a Deus Pai e ao próximo...

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